O Comitê Gestor do Ponto e seus desmandos

Pra kem naum sabe, um domain é um nome na Internet, q através do serviço DNS é convertido no IP do computador, sendo o IP o endereço usado pro envio de todos os dados dentro da rede. Nos primórdios da Internet comercial, os gênios perceberam q um número de telefone já é difícil de decorar, e muito mais difícil seria decorar os IPs de cada computador. Isso naum só pq o IP é bem maior do q o número de telefone, como tb pelo fato de na Internet nós interagirmos com muito mais computadores do q telefones na rede telefônica.

Alguns exemplos pro pessoal q ainda naum percebeu do q se trata, são os domains mais famosos google.com, yahoo.com, caixa.gov.br, blogspot.com, ou outros menos famosos como hikari.ws, hikari.me, hikarineko.net

Então, pra simplificar, eles criaram o Domain Name Service (http://pt NULL.wikipedia NULL.org/wiki/Dom%C3%ADnio), q faz esse serviço de resolver cada domain no seu respectivo IP real. Pra evitar confusão, foi criado uma grande estrutura organizacional pra administrar os domains e disponibilizar o registro às pessoas.

Naum é escopo desse texto explicar essa estrutura, basta dizer q qqr pessoa pode registrar quantos domains quiser, ficando limitado apenas à sua capacidade de pagar por eles. Nenhuma pessoa/empresa q registra um domain, é efetivamente dono desse domain, a analogia mais adequada é o aluguel. Nós podemos registrar um domain pelo prazo máximo de 10 anos, podendo renovar o registro sempre q quisermos. Se deixamos de renovar e o registro expira, perdemos o domain e ele muito provavelmente vai cair nas mãos de outra pessoa, oq já causou problema a inúmeros descuidados q investiram em seus sites e depois viram eles sumir do mapa virtual.

De forma geral, temos 2 tipos de domains, os globais e os regionais de cada país (no USA eles costumam se considerar donos dos internacionais, chamando os regionais de internacionais). A principal diferença é q os domains globais podem ser registrados por qqr pessoa do mundo todo, sem muita burocracia, precisando no máximo dum cartão de crédito internacional. Já os regionais são entregues aos governos de cada país, ficando a cargo desses governos montarem órgãos governamentais pra rerenciarem o registro ou terceirizarem o serviço pra alguma empresa privada. Os governos tem total autoridade sobre os domains dos seus países, cobrando as taxas q quiserem pelo registro, exigindo quantos e quais documentos quiserem, criando quanta burocracia desejarem, reservando pra si próprios todos os domains q gostarem, presenteando parentes com domains mais populares, etc.

Outra característica dos domains regionais é a dificuldade de fazer registro qd moramos fora do país desejado. Os domains .jp por exemplo recomendam q sejam registrados só de dentro do Japão, pra evitar "problemas". Alguns países da Europa mais xenofóbicos são mais restritivos e é raríssimo ver algum site com seus domains q naum seja exclusivo pra esses países e usando o idioma nativo. Já outros países como Samoa e Montenegro preferiram deixar suas populações órfãs e liberar seus domains .ws e .me globalmente.

No Brasil, como todos sabem, temos o domain .br. Durante muitos anos os domains .br foram gerenciados pela FAPESP, por ter sido o órgão a investir na implantação da Internet no Brasil e o governo ter deixado a inércia correr. Depois o governo resolveu criar um órgão específico pra essa função, com todos os seus cabides de emprego, e deu a ele o nome de Comitê Gestor da Internet no Brasil, se bem q às vezes ele se referencia a si mesmo como Comitê Gestor do Ponto (http://registro NULL.br/).

De cara vemos q esse órgão público já começa com um nome muito pomposo, pq ele naum é gestor "da Internet", ele é gestor apenas do regitro de domains. Mas desde a sua criação vemos claramente q seus diretores realmente se consideram donos "da Internet no Brasil", visto os exageros q cometem.

Pra dar um exemplo menos importante, por muitos anos o registro de domains .br por pessoas e empresas de fora do Brasil era impossível, pq a buroracia pro registro é muito grande e entre as exigências é preciso fornecer CPF/CNPJ, q só brasileros tem. Isso abriu espaço pra meia dúzia de empresas começarem a prestar o serviço ilegal de fazer o registro de domains .br no nome delas e entregar o controle pra estrangeiros fazerem oq quisessem, cobrando valores exorbitantes por esse serviço. Depois de anos o CGI acabou cedendo e hoje permite o registro internacional, mas oq ele fez foi simplesmente legalizar essas empresas, exigindo q o estrangeiro contrate uma delas pra fornecer os documentos nacionais, com a única diferença de agora o domain ficar oficialmente no nome do real dono, e da taxa exorbitante agora ficar com o CGI... se naum tô enganado ele cobra US$150 por cada registro internacional.

Mas pra nós esse caso naum é importante, é até vantajoso pq assim os domains .br ficam exclusivos pra brasileros... pra empresas brasileras quero dizer, pq aí temos outro desmando cometido pelo CGI. Até 2008, os tão procurados domains .com.br eram exclusivos pra empresas. Isso mesmo, só empresas podiam registrar domains .com.br, pq era exigido CNPJ pra fazer o registro. Eu mesmo, qd fui registrar o ConscienciaPlanetaria.com.br tive q usar documentos duma empresa pra conseguir a posse do domain. Pessoas físicas ficavam limitadas a apenas 3 domains exdrúxulos: blog.br, vlog.br e wiki.br... nunca consegui entender pq eles consideraram q wiki é algo q só pessoas físicas possuem.

Em 2008 isso mudou, e os .com.br passaram a poder ser registrados com um simples CPF. Nada mudou na prática, só entramos na formalidade legal. Oq irritava era essa exclusividade, como se pessoas q naum fossem donas ou representantes de empresas naum pudessem ter seu próprio domain, sendo jogadas pra escanteio.

Outro desmando era a burocracia extrema pra registrar domains .net.br. Do mesmo jeito q eles reservavam o .com.br pra empresas em geral, eles reservam o .net.br só pra empresas ligadas a redes, principalmente Internet. Pra conseguir o direito de ter um .net.br era preciso fornecer um documento de autorização, emitido acho q pelo Ministério das Telecominicações. Burocracia pouca é bobabem...

E agora esse tabú tb tá prestes a cair, em 2009 finalmente o .net.br se torna aberto pra ser registrado até com um simples CPF... mas antes disso vamos ter q engolir um novo desmando. Acabei de receber o seguinte email:

Ou seja, todo mundo q tem hoje um .com.br vai ter preferência de 6 meses no registro do respectivo .net.br.

Eu pergunto: pra q essa frescura?

Os vários TLDs (http://pt NULL.wikipedia NULL.org/wiki/Tld) alternativos como .net, .org, .info, .biz, etc etc etc foram criados justamente pra q pessoas q queiram registrar um domain cujo .com já esteja sendo usado tenham alternativas de registro! O idealizado era justamente q pessoas/empresas diferentes registrem cada uma um domain com cada TLD, e isso já naum deu certo por causa da corrida q teve a cada novo TLD lançado, onde pessoas/empresas q já tinham um domain.com registravam o mesmo domain com o novo TLD, deixando os outros interessados de novo a ver navios!

Todos os outros domains regionais tem apenas 2 letras: .us, .de, .jp, .it, .cu (Cuba), .co (Colômbia)... só o Brasil q tem essa frescura de .com.br, .net.br, .vlog.br, .eti.br, .taxi.br, .zlg.br! E como se naum bastasse toda essa "incrível" variedade, supostamente pra evitar concorrência e permitir q "todos" possam ter seu querido meunome.xxx.br, eles ainda vem e dão preferência aos donos do .com.br sobre os novos .net.br!!

Quem já tem um meunome.com.br naum precisa dum meunome.net.br, ele já tem o .com.br! O .net.br deve ir pra outra pessoa, q queira um domain meunome.blablabla.br e naum pode ter! Pq afinal fazer essa restrição exdrúxula?!

Aposto q vai ser necessário apenas uma "gorjeta" pra qqr "cliente preferencial" poder registrar qqr .net.br q quiser, sem precisar esperar nem entrar em fila nenhuma.

Eu, pessoalmente, dou uma banana pro "Comitê Gestor do Ponto". Se eu precisar registrar algum domain vou logo pros TLDs globais. Eles são mais concorridos e raros, mas são MUITO mais confiáveis. E sérios.