Devemos salvar as instutuições financeiras?
Esse naum é o caso do Brasil, pq aki banqueiro sempre teve regalias do governo e lucro exorbitante. Mas no USA, onde o povo trabalha pra valer, só a AIG recebeu quase 200 bilhões de dollars, e a soma total de ajudas já passa do 1 trilhão.
Da forma como tá sendo feito lá, o governo pega a grana dos impostos e dá pras instituições. Vendo duma forma mais ampla, o governo pega dinhero do povo, dá pras instituições financeiras e torce pra q elas usem essa verba pra voltarem a emprestar dinhero pro povo e pras empresas. Ou seja, o povo paga a conta, q é usada pra pagar financeiras e empresas. Daí as empresas recebem crédito e produzem seus produtos q vão ser vendidos pro povo, e o povo recebe crédito pra comprar esses produtos.
Esse método foi arquitetado pelo Bush, e agora o Obama fez quase nada diferente. Lembra o Mulla q tb falou q mudaria tudo mas qd chegou no poder passou a imitar tudo q o FHC fazia.
Acontece q nem lá essa forma de atuação tem aprovação unânime. Ainda no governo Bush alguns parlamentares protestaram e tentaram votar contra essa medida, mas aí o Bush foi a público e ameaçou jogar nesses parlamentares a culpa da crise caso o projeto naum fosse aprovado. Ele naum quis negociar, nem propor outra forma alternativa de combater a crise, ele apenas disse "é isso q eu vou fazer, só aceito fazer isso, é isso ou nada, então engulam meu projeto ou eu, como presidente do USA, vou ficar de braço cruzado vendo a crise rolar e ainda vou jogar a culpa em cima de vcs q votaram contra!".
Ora, a culpa disso tudo é das financeiras, q investiram e reinvestiram, todo o capital q conseguiram receber do mundo todo, em títulos de alto risco. Eles conseguiram angariar fundos de investidores do mundo inteiro pq são os donos do jogo, se classificando como os mais confiáveis do mundo. Eles deram sua credibilidade como garantia, e agora querem q todo mundo pague a conta pela irresponsabilidade deles...
Voltemos a analizar como a coisa tá funcionando lá. Todo o sistema econômico depende do crédito: as empresas pegam financiamento pra investir na produção, e depois de venderem elas pagam o financiamento. O povo compra os produtos, mas faz outro financiamento pra pagar, e depois de receber o salário da empresa ele paga o empréstimo. De onde afinal, vem a grana dos empréstimos?
Eles tem muito capital sim, acontece q a economia como um todo cresce muito mais rápido qd o empréstimo é feito. Uma empresa poderia esperar receber o pagamento das vendas pra depois reinvestir em mais produção, mas em vez de esperar ela pega capital com as financeiras e já continua produzindo. Dessa forma temos uma inversão no sentido da produção: em vez de vender pra depois receber, as empresas recebem pra depois vender...
Do mesmo jeito, o povo pode esperar receber o salário, ir fazendo poupança, e depois comprar à vista. Muito mais do q os brasileros, eles tem condição pra fazer isso. Mas preferem ceder ao consumismo e comprar logo qd der vontade, e depois pagar pra financeira. De novo, é invertido a ordem natural q devia ser receber pra depois comprar, passando a ser comprar pra depois receber.
Dessa forma, temos uma aceleração da economia, com aumento exacerbado da produção e do consumo. E isso acelera mais ainda qd as financeiras recebem investimento internacional de quase todos os países do mundo, ficando assim com mais capital ainda pra ser emprestado, permitindo ainda mais consumo e circulação de capital.
E lá isso é ainda mais intensificado por causa das taxas baixas dos juros e do prazo longo. Chega ao ponto de valer mais a pena pro povo investir na bolsa a sobra do salário e deixar rendendo, e pagar as compras com crédito financiado. Pras empresas tb, vale mais a pena pagar dividendos pros acionistas e fazer as ações subirem e fazerem empréstimos pra financiarem os investimentos do q deixar capital parado no caixa.
Mas agora vemos o lado negro desse estilo econômico. É muito mais seguro investir só o capital q já tem, é muito mais seguro pagar as compras só com o salário q já recebeu. Eles sacrificam um pouco a segurança econômica pra crescerem mais rápido e consumirem com mais voracidade, ou sacrificam muito a segurança pra crescerem muito mais rápido e consumirem muito mais...
E daí a bolha econômica vai crescendo, crescendo, até q ela estoura. Alguns economistas conseguem perceber q o estouro da bolha é algo positivo, pq uma bolha é sempre criada pelo excesso de risco, e q apesar da tribulação o estouro torna a economia muito mais segura e evita q a bolha cresça mais ainda, oq causaria um estouro ainda mais traumático no futuro. É impossível uma bolha crescer eternamente, o próprio nome já define como ela funciona: em vez da economia crescer de forma sólida ela cresce de forma ilusória, aparentando uma coisa no seu exterior mas estando vazia (sem solidez) no interior. O estouro da bolha retorna a economia à solidez, mas como efeito colaterial a economia tb encolhe.
O importante é entender q a economia naum era antes do tamanho q ela aparentava ser, ela nunca foi, era só ilusório. E com o estouro da bolha oq temos naum é a economia regredindo ou encolhendo, ela simplesmente tá retornando ao seu tamanho verdadeiro. É um absurdo uma economia crescer no estilo de bolha, mais absurdo ainda um governo incentivar isso.
A solução pro problema das bolhas econômicas fica óbvia então: controle forte do sistema, detectando possíveis bolhas assim q elas começam a se formar e estourando elas inqt o estrago ainda é pequeno, e localizado. Mas a solução q o governo Bush propôs e o governo Obama tá implementando é exatamente o contrário: conter o estouro da bolha tentando encher ela com ainda mais ar/capital.
Eles estão certos em dizer q as financeiras naum podem quebrar, pq elas intermediam todas as transações econômicas e todo o sistema depende de crédito pra caminhar. Elas funcionam como a argamassa q preenche os vãos entre os tijolos duma casa, ocupando os espaços vazios e impedindo q a economia fique emperrando a cada falta de capital pra investimento e compra. Mas o sistema vem crescendo de tal forma, q em vez das financeiras darem sustentabilidade pro sistema econômico, elas passaram a tornar ele cada vez mais frágil e dependente delas. É como se a casa fosse sendo construída com tijolos menores, e com muito mais cimento entre cada tijolo, ao ponto do cimento fazer a função de cimento e o cimento fazer a função de tijolo.
Daí temos oq eu disse no início. O povo paga impostos (empresa nunca paga imposto, elas repassam pro custo dos produtos), q é repassado pras financeiras, q, se quiserem, emprestam pras empresas financiarem a produção e pras pessoas fazerem compras. A importância e a dependência de todo o sistema sobre as financeiras aumenta mais ainda, pq fica na mão delas, e com total liberdade, as escolhas decisivas de como a crise vai ser contornada. Escolhas essas q deviam ser feitas pelo governo, ou melhor ainda pelo povo.
É claro q se todo o capital for colocado nas mãos das financeiras e especuladores, pra eles resolverem o problema da crise, eles vão fazer de forma a saírem da crise como os mais beneficiados e fortalecidos por ela... lindo naum?
IMHO, a solução pra essa crise naum deveria ser injeção de capital sobre o problema, devia ser injeção sobre a base da economia, q sustenta todo o resto. O governo devia reduzir um pouco os impostos sobre as empresas, pra q elas possam escolher entre reduzir os preços ou ter um alívio pra pagar as dívidas acumuladas sem ter q recorrer tanto às financeiras. E principalmente criar uma forma eficiente de dar muito capital pras pessoas, pra q elas possam investir de forma natural onde houver mais demanda. Se as empresas trabalharem direitinho, essa demanda fica sendo o consumo, e assim a roda da economia volta a girar, sem depender tanto das instituições financeiras, girando sozinha e dando uma banana pra elas.
E pra resolver a crise das financeiras, o governo devia deixar elas amargarem os prejuízos dos títulos podres, e injetar, de forma moderada, capital através da compra de títulos ainda sadios, ou fazendo empréstimos tomando esses títulos como garantia, ou preferencialmente comprando ações dessas empresas de forma a ter controle parcial sobre elas.
O capitalismo é sim o sistema econômico mais natural e espontâneo q a Humanidade terrestre já criou, mas ao mesmo tempo ele é um sistema cruel e voraz q estimula a desigualdade social e premia os mais espertos. Eu naum sou totalmente contra o liberalismo, mas os fatos nos provam q deixar o sistema econômico na mão de especuladores e financeiras é arriscado, pq pra essas entidades prosperarem é essencial q sejam gananciosas e busquem o lucro a qqr custo.
Todas as regras da economia se baseiam em qt maior o risco, maior o lucro, e isso incentiva os especuladores a arriscarem muito pra terem lucros maiores. Isso naum tem problema qd eles arriscam com capital próprio, e qd lucram arriscando certo e perdem arriscando errado. Mas deveria existir regras q obriguem os especuladores a apresentarem os reais riscos a q eles submetem seus investidores, em vez de simplesmente darem sua credibilidade como garantia.
E é desastroso qd eles ficam com todos os lucros qd tem sucesso mas qd erram tem seus prejuízos apoiados pela população. Nessa situação temos uma outra inversão, onde o governo dá carta branca qd devia intervir (na hora de definir as regras e garantir a solidez da economia), e faz intervenção qd deveria deixar tudo correr como foi plantado (na hora q o investimento dá errado e os especuladores tem prejuízo). Isso cria uma situação artificial, onde eles podem investir e arriscar à vontade pq o risco é sempre nulo, já q eles nunca vão ter prejuízo. Essa artificialidade vai contra a teoria naturalista do liberalismo. Pior, até incentiva os especuladores a arriscarem ao extremo, pq no caso de errarem, é até melhor q quase quebrem pq assim conseguem com mais facilidade forçar o governo a financiar o prejuízo. E como vimos nas últimas semanas, os executivos q cuidam disso recebem bonificações pomposas mesmo qd suas decisões levam as empresas à bancarrota...
Infelizmente, oq constatamos é q no mercado especulativo (qd ele tá sadio, claro) o prejuízo é apenas ilusório. Os grandes especuladores forçam quedas artificiais pra maximizarem seus lucros em cima dos investidores menores, impedindo assim q eles cresçam e um dia se tornem grandes tb. E mais uma vez temos a desigualdade econômica beneficiando os poderosos.
Quanto ao Brasil, o principal efeito da crise foi o aumento do dollar, q aliás vem sendo negligenciado pela imprensa. Isso precipita a inflação, reduz o poder de consumo do povo, inclusive sobre produtos nacionais, e aumenta o lucro dos grandes empresários, exportadores. E isso tudo com a conivência do governo, depois de meses queimando grana dos nossos impostos impedindo q o dollar caísse.
Em seguida vimos a falta de crédito pras maiores empresas brasileras, q passaram a pegar grandes empréstimos de bancos nacionais, logo no momento q vimos o 3º efeito da crise, a falta de crédito pras empresas e pro povo.
De início o governo Mulla começou muito mal, com um excesso ridículo de otimismo (é uma marolinha!!!), e imitando o governo Bush ao dar capital logo pros bancos q já tavam abarrotados de tanto lucro. Depois ele ensaiou tomar juízo mandando CEF e BB reduzirem as taxas de juros, mas naum teve muito efeito. Tb tomou algumas medidas preventivas liberando o BB a comprar financeiras q eventualmente entrassem em falência e liberando a CEF a comprar construtoras na mesma situação.
Agora vemos o governo tentando entrar nos eixos, atuando na base da economia, com o Bolsa Moradia. Infelizmente, mais uma vez, temos muito falatório e show pirotecnico, mas quase nenhum trabalho. Eles naum sabem qd as obras vão começar e nem qd terão todas as casas construídas, e nem de onde vai vir o investimento pra construção. Isso sem falar no óbvio desvio de verbas, currupção, casas construídas por fora e inacabadas por dentro, casas fantasma, sem teto ganhando casa de presente pra revender, construtoras de filhos de presidente e de parlamentares sendo beneficiadas, etc etc etc.
Mas, dá até vontade de chorar, isso ainda é melhor do q dar capital pras instituições financeiras emprestarem à vontade, qd onde e se quiserem emprestar. Se dermos sorte da coisa dar certo, finalmente teremos muitas famílias alcançando o sonho da casa própria, oq reduzirá a procura por aluguel e precipitará a queda no preço do mesmo, além de tb incentivar pessoas q hoje tem casas alugadas a venderem essas casas, reduzindo assim o preço de casas à venda e aumentando a variedade, permitindo q mais pessoas da classe média comprem casas em vez de alugar, reduzindo mais ainda o aluguel, e teremos uma reação em cadeia q beneficiará toda a população.
É irônico (e ridículo) q inqt a crise no USA começou por causa do excesso de casas ao ponto de cada família ter pelo menos 2 casas, aki no Brasil ainda tenha pessoas precisando alugar casa por naum ter condição de comprar. O aluguel deveria ser usado apenas qd a pessoa precisa de mobilidade e vai ficar na casa só por algum tempo, nunca por pessoas q querem uma moradia definitiva e naum tem condição de comprar.
Tomara q pelo menos algumas pessoas alcancem a dignidade depois disso tudo.
Popularity: 3%
It has accumulated a total of 11,436 views. You can follow any comments to this article through the Comments RSS 2.0 Feed. You can leave a comment, or trackback from your own site.
Readers who viewed this page, also viewed:
Related Posts:
- O lado negro da exportação
- A inflação é boa, kem diria!
- O malvado consumidor e o seu covarde direito de ação
- Vamos mudar a constituição?
- A Humanidade tá louca
- Governo ameaça Google novamente, e Google cede
- Petrobrás diz q naum vai baixar gasolina, governo concorda
- A dívida externa é o problema do Brasil. Wait, wot?
- Você Está Demitido
- Danos morais: pagar indenizações altas ou evitar a…
Comentando vc contribui e participa na criação do conteúdo do site.
Contribua. Commente. :)
(Os comentários abaixo representam a opinião dos visitantes, o autor do site não se responsabiliza por quaisquer consequências e/ou danos que eles venham a provocar.)